14 de março de 2012

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É impossível falar de stand-up comedy sem falar de Bill Hicks. Especialmente quando nomes que ainda mexem, como o anteriormente falado Denis Leary, lhe devem tanto (No caso de Leary, até demasiado, pois rezam algumas crónicas que este roubou muitas das suas ideias a Hicks - coisa feia no mundo da comédia...).
Bill Hicks foi único e um marco na sua geração. Para além dos lendários espectáculos ao vivo, deixou vários registos discográficos imperdíveis como Dangerous ou Relentless. Morreu no pico dos seus poderes em 1993, com apenas 32 anos, deixando para a posteridade outras duas gravações imprescindíveis: Arizona Bay e Rant in E-Minor, às quais a música adicionada veio acentuar ainda mais a força das palavras.
Hicks revolucionou o modo de fazer comédia. Deixou de ser apenas um tipo a debitar piadas em frente de uma audiência, para passar a interagir directamente com ela e torná-la parte integrante das suas actuações. Dizia as verdades que ninguém queria ouvir e punha o dedo nas feridas mais incómodas. Não é à toa que lhe chamaram The First Rock n' Roll Comic. O registo que se segue, intitulado Revelations, não será o melhor de Hicks. Também não será o pior, pois rareiam momentos maus. Trata-se do seu último espectáculo em Inglaterra, quando já padecia da doença que o vitimou, mas que não lhe tirou o génio e a mordacidade. Comédia, à séria.