6 de outubro de 2008

Poema para S. II



Não sei o que sou
Mas sou teu
Mesmo sabendo que tu já sabes
Quero-te
Quero o teu toque
Quero os teus lábios
Quero o teu amor
Abranda
Quando te cruzares comigo
Passa através de mim
Devagar
Deixa-me viver de instantes
Que mesmo supérfluos
São perpétuos
E me fazem despertar
Um olhar
Os teus olhos
Misteriosamente serenos
São um manto no frio da noite
O refúgio na tempestade
A última coisa que quero ver
Quando a morte se erguer
Eu caço pela tua pele
Passo fome pela tua boca
Não vás
Nunca vás
Não me deixes amar
Outra sem seres tu
Não me deixes pecar
Por outra sem seres tu.