1 de março de 2016

Filme Ambiente



Brian Eno é universalmente conhecido como o criador da música ambiente. Todavia, Mistaken Memories of Mediaeval Manhattan, obra visual datada de 1981, pode igualmente atribuir-lhe o epíteto de inventor do filme ambiente. Nada de realmente novo, pois Andy Warhol tinha já experimentado anteriormente com os efeitos das imagens estáticas e hipnóticas. Todavia, esta criação do multifacetado artista britânico revela uma frescura que perdura.
Gravada ininterruptamente durante 4 dias, a peça incide sobre as variações e mutações elementares dos céus de Manhattan, observadas a partir da janela de Eno. Na medida em que as câmaras portáteis eram um artefacto relativamente recente na época, o mesmo não dispunha de um suporte para efectuar a captação de imagens na forma correcta, pelo que o dispositivo foi mantido em posição horizontal. O resultado acabou por se revelar mais um dos muitos felizes acasos que polvilham a mente criadora de Brian Eno. Uma obra de arte visual, de imagens primárias e saturadas, cuja premissa assenta na colocação do écran onde é exibida na vertical, para que as formas tomem a sua posição natural. Ou não, se o espectador preferir manter o discreto surrealismo que emana da peça. Arte involuntária e instantânea, mas genial e pertinente, ao melhor estilo deste regente futurista.


                                   

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Interessante prelecção acerca das raízes e evolução do krautrock, conduzida pelo académico francês Dominique Fellmann...