1 de março de 2020

Post-Post-Punk

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Meet Me in the Bathroom - Rebirth and Rock and Roll in New York City 2001-2011, livro da jornalista norte-americana Lizzy Goodman, narra a história de um dos períodos musicalmente mais férteis do século XXI.
Tendo como elemento catalisador o infame 11 de Setembro de 2001, a obra descreve como uma série de projectos e bandas iconoclastas ergueram uma cidade em stress pós-traumático através da música e do seu poder catártico.
Meet Me in the Bathroom ergue-se a partir de mais de 200 entrevistas conduzidas pela jornalista aos nomes que despontavam e, entretanto, se cimentaram como referências do Rock alternativo nova-iorquino.
Perante o negrume histórico envolvente, é impossível não considerar a ascensão de colectivos como LCD Soundsystem, Strokes, Yeah Yeah Yeahs, Interpol ou Vampire Weekend como elementos reactivos e derivativos do Post-Punk surgido três décadas antes.
Tendo a hipster Brooklyn como epicentro de uma revolução que começou por mudar a paisagem musical da Big Apple para depois contaminar o mundo, esta história fascinante é leitura obrigatória para quem sentiu e escutou in loco a pulsação vibrante desta época, bem como para melómanos neófitos, gulosos por uma boa fatia de sonoridades suculentas.

Bush of Fire

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Lembro-me da dança espectral, do olhar esgazeado e da voz acrobática de Wuthering Heights. Lembro-me da dança sensual, da guerreira bárbara semi-nua e do refrão infeccioso de Babooshka.
Lembro-me da dança vanguardista e dos olhos que cantam Running Up That Hill sem necessitarem de palavras.
Lembro-me das canções que vieram a seguir, sempre distantes, sempre familiares, sempre semelhantes a um abraço feminino - seja erótico, maternal ou amigo. Obras brilhantes que me surpreenderam fora de tempo, como Aerial ou 50 Words For Snow.
Este documentário da BBC relembrou-me tudo. Kate Bush foi a primeira mulher que me seduziu e deslumbrou. E não há amor como o primeiro.