22 de junho de 2009

25 Sons para o Verão


Na senda de posts anteriores, aqui fica a minha escolha discográfica para receber o solstício estival e aguentá-lo na praia ou em casa, de persianas fechadas...

1. Love - Forever Changes

2. Pink Floyd - Meddle

3. Can - Future Days

4. Talking Heads - Speaking In Tongues

5. Happy Mondays - Pills & Thrills And Bellyaches

6. Pixies - Bossanova

7. The Stone Roses - Turns Into Stone

8. Quicksilver Messenger Service - Just For Love

9. Agitation Free - 2nd

10. Stan Getz & João Gilberto - Getz / Gilberto

11. Sven Van Hees - Gemini

12. Thievery Corporation - The Mirror Conspiracy

13. The Grateful Dead - American Beauty

14. The Byrds - The Notorius Byrd Brothers

15. Sir Douglas Quintet - Mendocino

16. The Beach Boys - Pet Sounds

17. The Doors - Morrison Hotel

18. Étienne Daho - Eden

19. Yo La Tengo - Summer Sun

20. Talk Talk - Spirit Of Eden

21. Yeasayer - All Hour Cymbals

22. Vampire Weekend - Vampire Weekend

23. Brian Wilson - Smile

24. Manu Chao - Próxima Estación...Esperanza

25. Animal Collective - Merriweather Post Pavillion

14 de junho de 2009

Dizem que é a melhor canção de sempre...

Dizem que é a melhor canção de sempre vinda de um grupo de música popular, o que é provável. Aliás, isto é bem mais que uma canção. Para além de ser a minha preferida deles, o vídeo é o melhor que vi até hoje. Chamemos-lhe um irresistível fascínio pela estranheza lisérgica que dele escorre...


Beatles - A Day in the life
Enviado por ghovingh. - Clipes, entrevista dos artistas, shows e muito mais.

Dieta Mediterrânica II

Os segundos iniciais de Principe di un Giorno parecem transportar-nos directamente para a noite de um remoto Carnaval Veneziano. A guitarra serena e a flauta morna passam, então, a comandar as operações em mais uma obra notável da música italiana dos anos 70. À faixa supracitada, primeiro tema que dá título ao único álbum dos Celeste, poderíamos chamar música balsâmica de San Remo, homenageando quer o aceto de Modena, quer a terra natal destes transalpinos. Uma autêntica massagem à alma, pricipalmente a partir da entrada dos instrumentos de sopro ao raiar dos 4 minutos da canção. Infelizmente (mas, também, felizmente!) este capítulo da música europeia continua votado à marginalidade e bafeja somente quem mergulha profundamente nos seus alfarrábios. E só mergulhando se podem alcançar caleidoscópios sonoros absurdamente belos e majestosos como Favole Antiche. Repentinamente somos colocados no cenário de A Midsummer's Night Dream de Shakespeare e não queremos acordar. O eco estático daquela voz que sopra ao ouvido e a irrealidade do ambiente criado fazem-nos crer que é possível dançar com ninfas e brincar às escondidas com duentes se aparecermos naquele bosque, naquela noite. Segue-se o belíssimo Eftus, em que vozes dispersas em suave psicadelismo despontam por entre a serenidade de laivos renascentistas invocada pelos instrumentos. Giocchi nella Notte é outro eloquente momento melódico, romântico na forma como principia a insinuar sem revelar nada para além do translúcido. Divido em vários fragmentos, este tema termina numa toada folk pastoral que nada fica a dever aos seminais The Incredible String Band. La Grande Isola é rock progressivo clássico, com instrumentação vária e irrepreensível à desgarrada, mas em que o mellotron é rei e a flauta é raínha. La Danza del Fato sucede-a, agradável e simples balada trovadoresca e polvilhada de sinos. No fim, L'Imbrolglio encerra o álbum em toada medieval e despojada da pirotecnia contida que ficou para trás. Álbum de traços conceptuais, Principe di un Giorno dos Celeste é algo de irrepetível. Algo que já parecia de um tempo que nunca existiu quando foi editado em 1976...