Nestes tempos de Euribor assustadoramente imparável e petróleo obscenamente caro, já nem a salvação norte-americana podemos esperar. O porquinho de loiça que contém a "maior economia do mundo" está rachado e esperemos que não acabe em cacos. Desta vez, não é a América que emerge prosperamente como farol do mundo. É a América que precisa de ser salva.
Velhos e saudosos tempos em que havia alguém que se insurgia, que escandalizava, que escapava à modorra vigente. Hoje, o silêncio dos bons continua a ser incompreensível perante a gritante injustiça de que são alvo. Ocorreu-me que já não há homens nem bandas como Iggy Pop e os Stooges. Pelo menos à vista. Na sombra, sem coragem nem ânimo para ousar pensar e agir, existirão muitos. Este homem que despeja manteiga de amendoim sobre o seu corpo daria um bom candidato à Presidência dos Estados Unidos. Só para que algo de novo acontecesse. Só para que a vontade de revolta e de mudança não fosse uma nota de rodapé na minha geração. No fim ganharia Obama, obviamente. A loucura tem limites. Mas é saudável saber que existe. Todos deveriam saber que o punk não nasceu na Inglaterra. Nasceu na América em 1969 com estes senhores.