O trio anteriormente conhecido como Limbus 3 adicionou um elemento à sua formação em 1970. Pragmaticamente, mudaram o nome para Limbus 4 e o estilo sofreu com isso. Um disco chamado Mandalas foi o resultado do upgrade e algo parecido com música começou a despontar no horizonte destes alemães desalinhados. O regime free form das composições (dissertações?) continua a ser o núcleo da experiência, mas a paleta de instrumentos foi alargada e um esgar de construção começa a projectar-se sobre o que antes era apenas desconstrução e implosão.
Remendos de atmosfera respirável unem Dhyana, Kundalini, Heiku e Plasma. O que os títulos intuem, o som concretiza. As peças de Mandalas assemelham-se a sketches de religiosidade oriental, sobretudo fragmentos de rituais tibetanos exacerbados pela mística psicadélica. Mantras vocais erguem-se, sombrios, por entre sons densos e descarnados. Batidas esparsas e sincopadas insurgem-se, espontâneas, contra a meditabunda suspensão sonora que persevera.
No seu caos envolvente, Mandalas acaba por ser uma obra recompensadora. A estranha mistura de experimentalismo errante e solenidade alucinatória começa a gerar um fruto cósmico. O nada nidifica e incuba o futuro sem saber.