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Remendos de atmosfera respirável unem Dhyana, Kundalini, Heiku e Plasma. O que os títulos intuem, o som concretiza. As peças de Mandalas assemelham-se a sketches de religiosidade oriental, sobretudo fragmentos de rituais tibetanos exacerbados pela mística psicadélica. Mantras vocais erguem-se, sombrios, por entre sons densos e descarnados. Batidas esparsas e sincopadas insurgem-se, espontâneas, contra a meditabunda suspensão sonora que persevera.
No seu caos envolvente, Mandalas acaba por ser uma obra recompensadora. A estranha mistura de experimentalismo errante e solenidade alucinatória começa a gerar um fruto cósmico. O nada nidifica e incuba o futuro sem saber.