Numa altura em que a discografia dos Cocteau Twins está a ser alvo de reedição, nada como recuperar igualmente a história visual desta extraordinária banda. Uma história impactante, cromática e luxuriante que ajudou a elevar os britânicos ao panteão das melhores ocorrências musicais dos anos 80. Mesmo sendo esse período limitado no tempo que os viu crescer e brilhar, a arte dos Cocteau Twins não perdeu pitada do seu encanto desde então. Aliás, a sua magia é tão transcendente que não tem era definida. É banda-sonora de sonhos despertos, farrapo de paraíso derramado sobre o afortunado ouvinte.
Tishbites, compilação videográfica de 2004, congrega alguns dos momentos marcantes do percurso do grupo. Clips que, antes de tudo, são pequenas filigranas fílmicas que procuram dar imagem ao onirismo latente da música. Som e imagem em conchavo, num processo evolutivo que resulta em elegância garrida, quase psicadélica.
Em complemento aos vídeos para doze singles e da pequena peça Rilkean Dreams, Tishbites homenageia isoladamente a grande figura do colectivo, Elizabeth Fraser, através de dois clássicos modernos que a sua voz única aprimorou: Song to the Siren, original de Tim Buckley imortalizado pelo projecto This Mortal Coil e Teardrop dos Massive Attack. Motivos de sobra para uma espreitadela obrigatória...