De todas, a primeira será a mais estranhamente aprazível e deliciosamente acessível. À primeira audição, é quase impossível avançar com a teoria que o rock possante e de laivos psicadélicos que se eleva, fumegante e viscoso, de Cosmic Blues, seja engenho germânico. A voz de Rainer Marz não deixa cair a máscara que revele um sotaque teutónico, assim como a sua guitarra rola e flui com gingares pélvicos. Da mesma forma, o baixo de Gunnar Schäfer e a bateria de Ringo Funk investem em sintonia como dois panzers artilhados de groove. O resultado deste combo bem oleado e atrevido é, assim, um disco de excelente rock musculado e solto, com tanto de orelhudo como de imponente.
Um primeiro vislumbre sobre a capa e os senhores hirsutos que a decoram projecta-nos para um imaginário que cruza os Blue Cheer com os Black Sabbath. Tal não será descabido, pois os Jeronimo apresentam-se com a energia dos primeiros e o peso-pesado dos segundos. Todavia, o seu psicadelismo não chega nunca a ser lisérgico e Belzebu não parece habitar estas paragens. O termo proto-metal assenta-lhes muitíssimo bem, mas as influências são bem mais abrangentes, dos Kinks mais incisivos em News, aos blues pomposos dos Cream em The Key, passando por um Bob Dylan em versão prazenteira em The Light Life Needs.
Os temas cativantes sucedem-se, tornando Cosmic Blues uma obra de coerência e consistência contagiantes. Apesar do rock ser hard, as vibrações são boas e luminosas. A melhor prova encontra-se nos dois singles do álbum, que causaram relativo impacto aquando da sua edição em 1970: Na Na Hey Hey e He Ya, canções celebratórias e convidativas a um discreto mas veemente headbanging.
A partir daqui, é só deixar que estes alemães nos ponham a mexer, com maior ou menor intensidade, através da combustão constante de So Nice To Know, Let The Sunshine In ou Never Goin' Back, temas que parecem colocar a Califórnia na Baviera.
Cosmic Blues, é, acima de tudo, um disco de feel good music. Um álbum de rock despretencioso, mas forte e extremamente lúdico, cujos 40 minutos de duração constituem uma curta mas eficaz panaceia contra dias cinzentos e outros tormentos. A acompanhar com cerveja.
Os temas cativantes sucedem-se, tornando Cosmic Blues uma obra de coerência e consistência contagiantes. Apesar do rock ser hard, as vibrações são boas e luminosas. A melhor prova encontra-se nos dois singles do álbum, que causaram relativo impacto aquando da sua edição em 1970: Na Na Hey Hey e He Ya, canções celebratórias e convidativas a um discreto mas veemente headbanging.
A partir daqui, é só deixar que estes alemães nos ponham a mexer, com maior ou menor intensidade, através da combustão constante de So Nice To Know, Let The Sunshine In ou Never Goin' Back, temas que parecem colocar a Califórnia na Baviera.
Cosmic Blues, é, acima de tudo, um disco de feel good music. Um álbum de rock despretencioso, mas forte e extremamente lúdico, cujos 40 minutos de duração constituem uma curta mas eficaz panaceia contra dias cinzentos e outros tormentos. A acompanhar com cerveja.