26 de fevereiro de 2017

Engenho e Arte




Radical, visionário e genial, o laboratório de design Hipgnosis foi fiel depositário de inúmeras concepções artísticas entre 1968 e 1982. Fundada por Storm Thorgerson e Aubrey Powell - aos quais se juntou, posteriormente, Peter Christopherson -, a companhia londrina foi responsável por algumas das mais marcantes e reconhecíveis capas de discos dessa era. O conceito temático da arte criada para suporte visual de álbuns foi totalmente subvertida e surrealizada pela Hipgnosis, sendo que, não raras vezes, o invólucro criativo que guardava as obras musicais era francamente melhor que as ditas.
Numa era absolutamente marcada pelo reinado do vinil, as capas do grupo criativo britânico tornaram-se uma imagem de marca e definiram, igualmente, a imagem colectiva de bandas e artistas como Pink Floyd, Led Zeppelin, Scorpions ou Peter Gabriel. No caso deste último, em termos de técnicas não-ortodoxas, é notória a utilização de uma borracha para o efeito de liquefacção na capa de Melt, bem como a colocação das capas no forno para derreterem.
Salvador Dali, René Magritte e Man Ray são nomes incontornáveis nas influências da Hipgnosis. Numa época em que a maioria da música é consumida por vias digitais, em que o tempo para desbravar uma obra é cada vez menor e em que a atenção aos detalhes escapa ao elevado número de estímulos que bombardeia todos a todo o momento, torna-se idílico relembrar entidades como esta. Apesar de não existir um site oficial da Hipgnosis, esta página contém todo o trabalho artístico encetado pelo grupo em termos musicais. Torna-se igualmente obrigatório um passeio pelo legado deixado pelo entretanto malogrado Storm Thorgerson.