Após os viscerais e enérgicos No More Heroes e Black & White e com o canto do cisne da era dourada do punk inglês, os Stranglers acharam por bem mudar de rumo, suavizando e complexificando a sua sonoridade. Após um álbum de transição, mas com bons argumentos (o supracitado The Raven) e a experiência semi-falhada de The Gospel According to the Meninblack (trabalho empolado no qual a perfeição se esgota na primeira faixa...), surge em 1981 o que muitos consideram ser a obra-prima da banda: La Folie. Mais influenciado pela New Wave americana do que pelo Pós-Punk britânico da altura, o álbum resume eficazmente a essência dos Stranglers, misturando a agressividade dos primórdios a belas e oníricas melodias. A partir daqui, a mediodridade e a decrepitude foram lentamente instalando-se. Os discos subsequentes, Feline e Aural Sculpture têm a sua quota de bons momentos e das típicas melodias doces com palavras azedas, mas nunca alcançam o brilhantismo do passado. Dreamtime é praticamente dispensável, assim como quase tudo o que se segue. A banda verá um fugaz ressurgimento com os dois últimos álbuns, Norfolk Coast e Suite XVI, trabalhos decentes, mas que funcionam mais como combustível para o enorme culto que a banda possui em Inglaterra e em França, sendo que os lusitanos sempre foram igualmente entusiastas do quarteto de Guilford. Há alguns anos sem o vocalista original Hugh Cornwell (que, ao que consta, recebeu ameaças de morte quando deixou a banda - isto sim, são fãs dedicados!), os Stranglers encontram-se actualmente sob o comando do baixista Jean-Jacques Burnel, frontman não menos carismático e que dá voz a um dos temas mais belos e distintos da banda, La Folie, cujo vídeo conclui esta dissertação. Mesmo sem a relevância e a lendária agressividade de outrora, este grupo deve ser recordado como um dos melhores do planeta entre fins de setenta e a primeira metade dos anos oitenta.
12 de março de 2009
Men In Black
Após os viscerais e enérgicos No More Heroes e Black & White e com o canto do cisne da era dourada do punk inglês, os Stranglers acharam por bem mudar de rumo, suavizando e complexificando a sua sonoridade. Após um álbum de transição, mas com bons argumentos (o supracitado The Raven) e a experiência semi-falhada de The Gospel According to the Meninblack (trabalho empolado no qual a perfeição se esgota na primeira faixa...), surge em 1981 o que muitos consideram ser a obra-prima da banda: La Folie. Mais influenciado pela New Wave americana do que pelo Pós-Punk britânico da altura, o álbum resume eficazmente a essência dos Stranglers, misturando a agressividade dos primórdios a belas e oníricas melodias. A partir daqui, a mediodridade e a decrepitude foram lentamente instalando-se. Os discos subsequentes, Feline e Aural Sculpture têm a sua quota de bons momentos e das típicas melodias doces com palavras azedas, mas nunca alcançam o brilhantismo do passado. Dreamtime é praticamente dispensável, assim como quase tudo o que se segue. A banda verá um fugaz ressurgimento com os dois últimos álbuns, Norfolk Coast e Suite XVI, trabalhos decentes, mas que funcionam mais como combustível para o enorme culto que a banda possui em Inglaterra e em França, sendo que os lusitanos sempre foram igualmente entusiastas do quarteto de Guilford. Há alguns anos sem o vocalista original Hugh Cornwell (que, ao que consta, recebeu ameaças de morte quando deixou a banda - isto sim, são fãs dedicados!), os Stranglers encontram-se actualmente sob o comando do baixista Jean-Jacques Burnel, frontman não menos carismático e que dá voz a um dos temas mais belos e distintos da banda, La Folie, cujo vídeo conclui esta dissertação. Mesmo sem a relevância e a lendária agressividade de outrora, este grupo deve ser recordado como um dos melhores do planeta entre fins de setenta e a primeira metade dos anos oitenta.