24 de julho de 2010

Musicoterapia

O Efeito Mozart foi publicitado pela primeira vez nos inícios dos anos 90, causando algum alarde e especulação. De acordo com o seu mentor original, o neurocientista Alfred A. Tomasi, a música de Wolfgang Amadeus Mozart possuiría poderes curativos, minimizando o impacto de algumas doenças do foro neurológico e ajudando à recuperação e ao equilíbrio de outros transtornos. Alguns anos mais tarde, este fenómeno atingiu laivos ainda mais espantosos, graças ao postulado provado por especialistas da Universidade de Califórnia, segundo o qual a música do compositor austríaco aumentaria a inteligência e melhoraria o desempenho em tarefas cognitivas que exigem competências espácio-temporais.
Don Campbell, estudante e erudito musical texano, celebra actualmente a primeira década de existência do seu seminal livro O Efeito Mozart. Obra baseada e alicerçada em estudos científicos decorrentes dos supracitados, é um excelente manual para descobrir e acentuar as capacidades terapêuticas, criativas e sensoriais da música, em todas as suas manifestações. Essencial para o entendimento da musicoterapia, O Efeito Mozart transcende a visão da música como arte e entretenimento. Define-a como meio de comunicação intrínseca e universal, uma espécie de esperanto sonoro, carregada de simbolismo e potencial terapêutico.
Recentemente, novos estudos efectuados pela Universidade de Psicologia de Viena vieram contrariar a existência do Efeito Mozart como catalisador da inteligência. A conclusão é que os ouvintes de música (seja ela do génio de Salzburg ou outra) conseguem um melhor desempenho em testes cognitivos que aqueles remetidos ao silêncio total. Facto consumado: com ou sem Mozart nos altifalantes, as capacidades mentais melhoram com música por perto. Para benefício do crescimento psicológico de quem lê, ou dos filhos de quem lê, há que espalhar a mensagem... Acerca do livro aqui falado (e muito recomendado) e do seu nobre autor, mais informações podem ser adquiridas em http://www.mozarteffect.com/.