15 de julho de 2010
O Belo e o Geoespaço
Nikolas Schiller é um activista norte-americano, vagamente conhecido pela sua luta a favor da despenalização do uso da cannabis para fins médicos (que viu a luz do dia recentemente em Washington D.C.) e famoso por ser o pioneiro e o mais relevante artista geoespacial. Começou por chamar-me a atenção através da capa que criou para o single Supreme Illusion dos Thievery Corporation e, desde então, tornei-me admirador da sua arte. E a sua arte, supracitada como geoespacial, centra-se na utilização de imagens aéreas reais que, depois de manipuladas, originam um efeito caleidoscópico e fantasista. Dir-se-iam manchas de Rorschasch fabricadas na estratosfera. A génese e o desenvolvimento deste estilo artístico e predominantemente urbano acompanhou o progresso de engenhos cibernáuticos como o Google Earth. Pegando em fotos paisagísticas de locais retratados a partir dos céus, Schiller utiliza frequentemente a mesma imagem captada em períodos diferentes, para depois sobrepôr, contrapôr, projectar e/ou providenciar os mais variados efeitos visuais, tornando una a passagem do tempo. Os locais são alterados até aos limites do irreconhecimento, assemelhando-se o produto final a uma tapeçaria fotográfica, um patchwork de telhados, betão, espaços verdes e outras nuances de fragmentos pictóricos urbanos vistos de muito alto. Mapas de ilusão para ver com olhos de ver em http://nikolasschiller.com/.