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Black Monk Time é um disco imparável. Nem as canções de amor acalmam a intensidade constante. A banda parece tocar música com o sentimento de quem disputa uma batalha. Rigorosos e concisos, os Monks mostram ser uma máquina precisa de tocar rock'n'roll. O que não significa que não haja espaço para emoções. Elas estão à flor da pele, febris e directas e deixam-nos sem fôlego enquanto os monges se entregam à penitência do ritmo. Monk Time é das melhores aberturas de sempre de um disco. Um ataque relâmpago, surpreendente e panfletário. O que lhe sucede é um conjunto variado de experiências roqueiras como nunca se tinha ouvido e que soam poderosíssimas ainda hoje. Todos os membros da banda cantam, a bateria nunca se liberta de um transe endemoniado e o órgão de igreja que assalta os temas é tudo menos litúrgico. Há ainda um banjo eléctrico que arranha melodias de barba rija.
A fúria dos Monks encerra 12 temas em menos de meia-hora. Black Monk Time tem sido alvo de reedições ao longo dos anos, mas nenhum dos extras por elas oferecidos chega ao nível da primeira dúzia. Assim, deixem marchar sobre vós os fantásticos Shut Up e I Hate You. E deixem-se evangelizar pela espiral frenética de Higgle-Dy-Piggle-Dy e Blast Off! No fim, não há como perguntar onde está a energia das bandas de hoje em dia. Onde está a fúria? Se rock em português significa pedra, então Black Monk Time é a sua pedra filosofal. Para mais informações, é favor visitar o Mosteiro...