Em White Bicycles - Making Music in the 1960's é narrada, de forma autobiográfica, essa aventura. Boyd, catalisador e produtor de nomes honoráveis como Pink Floyd, Nick Drake, Incredible String Band ou Fairport Convention, demonstra ter sido uma espécie de John Peel da época: um homem que nunca criou música, mas que nunca disso precisou para se afirmar como um dos porta-estandartes da revolução sónica dos sixties. O seu toque de classe fez-se sentir em várias correntes, notando-se sobretudo no rock psicadélico que despontava na altura e nas novas tendências da folk. Uma consistente súmula da sua dedicação à música (e ao cinema, a outra das suas paixões) está disponível em http://www.joeboyd.co.uk/.
White Bicycles colhe, assim, o fruto dessas memórias. É uma obra fascinante, que recupera factos nunca antes revelados e que propicia um acutilante, renovado e - não raras vezes - bem-humorado insight de anos irrepetíveis. Um livro obrigatório para melómanos sem constrangimentos de tempo, escrito pela pena de alguém que soube manter-se lúcido no centro da loucura para poder contar a história.