Em 1967, nem a música contemporânea escapou ao ferrão psicadélico que picava às cegas. Terry Riley, compositor norte-americano inicialmente usurpador das técnicas de Stockhausen, cedo se deixou seduzir pelas novas possibilidades deste período artisticamente ilimitado. O contacto com outro compositor revolucionário, La Monte Young, abriu-lhe as portas da percepção a outras realidades sonoras e essa iniciação acabou por formar um dos pais do Minimalismo.
Foi, então, em 1967 que começou a tomar forma o que, dois anos depois, viria ser A Rainbow in Curved Air. Um magnífico documento em que os padrões do Minimalismo clássico se distorcem pelos ventos do psicadelismo e em que o pensamento livre de Riley musica o que o fascina.
A composição A Rainbow in Curved Air é uma mistura suprema. Uma sonata de electrónica primordial, em que padrões sonoros se sobrepõem uns aos outros, se empurram e entrechocam numa dança livre mas labiríntica. Todos os instrumentos são tocados por Riley, que consegue conjurar uma peça notável em que os espíritos livres do jazz, do Minimalismo e da música indiana são reanimados pelo sopro da vida psicadélica. O som evolui e retrai-se, padroniza-se e renova-se e fica a sensação que esta música joga Pacman com os nossos neurónios.
O crepúsculo baixa sobre Poppy Nogood and the Phantom Band. A explosão colorida de strobes mentais que o precedeu transforma-se em contemplativa abstracção. Remendos intrusivos vão sendo cerzidos à base do tema, mais ou menos até ao final dos primeiros 5 minutos, altura em que a música entra em modo de suspensão, deixando um saxofone penetrante, hipnótico e monástico a sós com o ouvinte. Terry Riley era já conhecido neste período pelos seus All Night Concerts, eventos em que a performance do compositor durava uma noite inteira. Antes dos Festivais de Verão despontarem, foi a única altura em que os espectadores levavam sacos-cama para os concertos... Poppy Nogood and the Phantom Band reflecte bem um pedaço desse pequeno infinito, em que a música parece ser feita para romper o véu do tempo e circular pelo Cosmos ilimitado.
Tal como não existe um pote de ouro no final do arco-íris, não há um pote de ouro no fim de A Rainbow in Curved Air. Começar a percorrê-lo e alcançar o seu final apenas nos enriquece o espírito. E não há riqueza maior...
Foi, então, em 1967 que começou a tomar forma o que, dois anos depois, viria ser A Rainbow in Curved Air. Um magnífico documento em que os padrões do Minimalismo clássico se distorcem pelos ventos do psicadelismo e em que o pensamento livre de Riley musica o que o fascina.
A composição A Rainbow in Curved Air é uma mistura suprema. Uma sonata de electrónica primordial, em que padrões sonoros se sobrepõem uns aos outros, se empurram e entrechocam numa dança livre mas labiríntica. Todos os instrumentos são tocados por Riley, que consegue conjurar uma peça notável em que os espíritos livres do jazz, do Minimalismo e da música indiana são reanimados pelo sopro da vida psicadélica. O som evolui e retrai-se, padroniza-se e renova-se e fica a sensação que esta música joga Pacman com os nossos neurónios.
O crepúsculo baixa sobre Poppy Nogood and the Phantom Band. A explosão colorida de strobes mentais que o precedeu transforma-se em contemplativa abstracção. Remendos intrusivos vão sendo cerzidos à base do tema, mais ou menos até ao final dos primeiros 5 minutos, altura em que a música entra em modo de suspensão, deixando um saxofone penetrante, hipnótico e monástico a sós com o ouvinte. Terry Riley era já conhecido neste período pelos seus All Night Concerts, eventos em que a performance do compositor durava uma noite inteira. Antes dos Festivais de Verão despontarem, foi a única altura em que os espectadores levavam sacos-cama para os concertos... Poppy Nogood and the Phantom Band reflecte bem um pedaço desse pequeno infinito, em que a música parece ser feita para romper o véu do tempo e circular pelo Cosmos ilimitado.
Tal como não existe um pote de ouro no final do arco-íris, não há um pote de ouro no fim de A Rainbow in Curved Air. Começar a percorrê-lo e alcançar o seu final apenas nos enriquece o espírito. E não há riqueza maior...