Já lá vão uns mesinhos, mas nunca é demais enaltecer a consagração da lusitana Clean Feed como uma das melhores editoras de jazz do planeta. Até porque, neste ano de 2011, cumpre-se o aniversário da primeira década da sua existência. A mutação da Clean Feed entre pequena editora e referência do jazz deveu-se muito à incorporação e divulgação de projectos internacionais no seu precioso catálogo. O encontro entre músicos nacionais e estrangeiros e a realização de eventos jazzísticos pelos caminhos de Portugal é outro dos alibis da editora para vir oferecendo excelentes discos desde The Implicate Order "At Seixal" até ao recente European Movement Jazz Orchestra Live in Coimbra.
Muito graças à Clean Feed, o novo jazz em Portugal está vivo e recomenda-se. Poucos foram os períodos em que residentes nas moradas do culto ou da vanguarda visitaram este cantinho à beira-mar plantado. Exploradores temerários como Peter Evans ou projectos promissores como Mostly Other People Do The Killing são passíveis de aparecer numa sala perto de si. É a regionalização do jazz, levada a cabo pela editora lisboeta. Um caso sério de qualidade e sucesso em tempos de depressão luso-generalizada. É aconselhável uma visita demorada à Trem Azul, possivelmente a melhor loja da capital dedicada ao jazz e que guarda todo o catálogo da Clean Feed. Esse catálogo pode ser consultado aqui. Algumas notas soltas sobre peças desse catálogo estão disponíveis aqui.